quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

10 REGRAS FÁCEIS PARA EDUCAR SEUS FILHOS.




Que pais não queriam receber, logo ao nascimento de seu filho um manual de regras básicas para educar bem seu filho? Seria muito tranqüilo. Ele não quer tomar banho? Leia como convencê-lo na página 12. Tudo seria fácil, porém seria automático e sem sentimento e emoção. Quando falamos da educação de nossos filhos, estamos falando de seres maravilhosos, que amamos e queremos bem. Por esse motivo esse assunto tornou-se uma das áreas do comportamento humano mais exaustivamente pesquisada. Apareceram tantas receitas que os pais ficaram sem rumo. Afinal o que funciona.
Recentemente li uma entrevista do Psicólogo Laurence Steimberg, da Temple University nos Estados Unidos, que acredita ter encontrado, em 10 regras, o caminho para conscientizar pais que buscam o equilíbrio entre a ciência e o bom senso para criar filhos mais preparados para a vida.
Laurence Steimberg expõe suas idéias em seu livro “The 10 Basic Princeples of good pareting” (os 10 princípios básicos para educar os filhos).
Segundo consta na entrevista, para compilar suas regras, o psicólogo americano estudou praticamente todas as linhas de pesquisa sobre educação de crianças e adolescentes produzidos nos últimos 50 anos, chegando a uma conclusão que lhe deu a certeza de ter encontrado a síntese do ideal do relacionamento com os filhos, que vem do fato de que toda a ênfase é colocada sobre a mudança de comportamento dos pais e não das crianças.
Diz ele “bons pais criam um ambiente familiar que favorece o equilíbrio emocional e os elementos associados a ele”. Honestidade, alegria de viver, empatia são alguns elementos.
Então vamos conhecer essas regras segundo o livro. São elas:
1. As atitudes no dia – a - dia são melhores que os conselhos.
2. Demonstre afeto incondicional por seu filho. Isso não o tornará mimado.
3. Envolva-se com a vida de seu filho.
4. Mude a forma de tratar a criança de acordo com as etapas de crescimento.
5. Estabeleça regras e limites desde cedo
6. Encoraje seu filho a se tornar independente.
7. Seja coerente
8. Evite castigos físicos e agressões verbais
9. Explique suas regras e decisões e ouça o ponto de vista de seu filho.
10. Trate seu filho com respeito

Fazer elogios com mais freqüência é um bom caminho, eles podem ser de 2 formas: o incondicional “eu te amo, pelo que você é”. Esse afeto não precisa ser conquistado, nunca será perdido e demonstrá-lo deixa a criança segura e eleva sua auto – estima. Outro tipo é o elogio condicional: “Eu gostei do que você fez!” Se os filhos percebem que seus pais notam quando eles fazem algo positivo, geralmente vão tentar acertar novamente.
Steimberg é totalmente contra a punição física. “Nunca, não importa a extensão de sua raiva ou tamanho do erro de seu filho, lance mão do espancamento, disse ele a repórter”.Ao fazê-lo, entre outras danos, você ensina a ele que bater nos outros é um modo aceitável de resolver os problemas da vida “. Agressões verbais também causam graves danos no desenvolvimento emocional do seu filho como baixa auto – estima e depressão clinica”.
Os pais estão sujeitos a explosão de raiva, principalmente quando se encontram sob algum tipo de stress.
Quando isso acontecer, respire fundo e diga: “Estou irritado para conversarmos agora, vamos esperar para conversamos sobre o que houve com mais calma”.
E quando chegar a hora da conversa comece por reforçar positivamente o que você sente por ele e depois sua indignação pelo fato em si. “Eu gosto muito de você, mas não gostei do que você fez”.
Outro aspecto importante a ser abordado é a questão do limite. Dentro do processo de educação infantil, o estabelecimento de normas, combinados e limites é muito importante.
No próximo  texto  abordarei este assunto explicando a diferença entre norma (regra) e combinado e como a vida fica mais fácil com eles.
Até lá...

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Crianças precisam conviver com crianças .



Todos nós gostamos de conviver com nossos semelhantes . Se formos adeptos à praticar esportes normalmente, seremos atraídos por pessoas com a mesma preferência , se pendemos para o lado literário e gostamos de ler , queremos ter ao nosso redor pessoas com o mesmo hábito para trocar idéias e contar o que lemos.


Sempre foi assim, nos sentimos melhores e aprendemos muito com nossos pares. As crianças não são diferentes. Mesmo titubeando ao andar e usando pouco a expressão verbal a criança também sente necessidade de conviver com seus pares , isto é, com outras crianças que possuam o mesmo interesse. O ideal são crianças brincarem com crianças da mesma faixa etária.


Às vezes converso com mães que relatam ficar horas brincando com seus filhos e nesse momento se tornam crianças , o que é muito saudável e importante para o desenvolvimento da mesma . Porém, a necessidade continua, a criança precisa ter esse exercício social . Relacionando-se com outra criança ela amadurecerá , aumentará seu vocabulário , buscará estratégias para lidar com situações novas e seu desenvolvimento social, emocional e cognitivo serão altamente estimulados. Sem contar que o aprendizado durante sua infância será carregado pelo resto da vida.


Outro dia li um e-mail que fazia um paralelo entre o jardim da infância e a vida profissional e emocional do ser humano e conclui que se resolvêssemos as coisas com a praticidade de uma criança a vida seria mais leve.


Pensando neste texto resolvi traçar alguns paralelos sobre as ações das crianças frente às situações do dia – a – dia , comparando-as com atitudes de um adulto e suas conseqüências.


Se uma criança quer o brinquedo da outra , ela automaticamente vai buscar estratégias mentais para alcançar o que quer. Quando adulto, se eu quero algo tenho que planejar como consegui-lo e vou em busca de experiências adquiridas para elaborar estratégias e planejar como alcançar meu objetivo. Isso pode acontecer de muitas maneiras:






 A criança pode ficar apenas olhando o brinquedo do amigo e sentindo muita vontade de brincar com ele, manuseá-lo e imaginar o prazer da conquista. Se ela não for estimulada por um adulto a dar o primeiro passo , e ir em busca de seu objetivo , vai passar a vida olhando o que quer, e quando se tornar um adulto não saberá tomar decisões e nunca tomará iniciativa para alcançar seus objetivos.


 A criança pode simplesmente arrancar o brinquedo da mão do amigo e sair correndo. Nesse caso também, a interferência do adulto é salutar. Ele conversará com a criança e orientará para que ela peça as coisas aos outros e não simplesmente arranque da mão dos amigos. Se ela conseguir alcançar seus objetivos desta forma, desde pequena , quando adulto fará o mesmo.


 Outro modo que a criança tem para conseguir seu brinquedo , é bater, morder ou empurrar o amigo que o possui, pois dessa forma o amigo se sentirá intimidado entregando-lhe o brinquedo. Neste caso, cabe ao adulto orientar a criança que dessa forma o amigo não emprestará o brinquedo e que o mais certo, é pedi-lo . Porém ,se essa criança faz uso da força para conseguir o que quer, quando adulto sofrerá muito, pois sempre encontrará alguém mais forte e poderá sofrer conseqüências.


 A criança também pode optar pela troca, você me empresta seu brinquedo e eu faço o mesmo. Desse jeito, ela perceberá que o mesmo cuidado que ela deve ter com o brinquedo do amigo, ele deverá ter com o dela. Quando adulto respeitará mais o que é do outro, sabendo negociar com mais facilidade seus desejos e conquistas.






Essas situações não ocorreriam se um pai brincasse com seu filho, pois nenhum adulto irá disputar um brinquedo com uma criança, ou agirá de forma impulsiva nessa relação. Já a criança age muito de forma impulsiva, o que é saudável, pois aguça sua inteligência e a faz mais criativa, pensante e ativa dentro de um contexto social.


O melhor lugar para que a criança exerça seu papel é a escola. Lá as crianças são agrupadas por faixa etária e os interesses são semelhantes, as brincadeiras são adequadas e os estímulos constantes.


A vivencia e o brincar são fontes inesgotáveis de possibilidades de crescimento.


Por isso, deixe seu filho conviver mais com crianças, trocar experiências e se arriscar mais . Com certeza ele será um adulto melhor e saberá lidar com as diferentes situações do dia – a – dia .






Quer saber mais sobre esse assunto?


Escreva-me







quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Ano novo, coisas novas!!!!!


Queridos leitores, relato  abaixo a entrevista  ao Jornal A Gazeta de Vitória - ES , publicado em 31/01/2010.

Boa Leitura.
Entrevista > > Débora Corigliano > > psicopedagoga



por Elaine Vieira

evieira@redegazeta.com.br



"Nota baixa é desarmonia"

O ano letivo está começando, e se seu filho for mal na escola talvez seja hora de prestar mais atenção na relação que você estabeleceu entre ele e os estudos. Para a psicopedagoga Débora Corigliano, que há cinco anos atua como conselheira educacional, os pais são parte fundamental do bom desempenho dos filhos na escola. E tudo começa muito antes da primeira matrícula. O segredo? Para ela, os pais precisam impor limites a seus filhos e ensiná-los a montar uma rotina de estudos. Mas os adultos também aprender a ouvir as crianças e os adolescentes e a entender as situações pelas quais estão passando em cada fase.
Quais as principais dificuldades dos pais?
A primeira é o limite. Mesmo durante a educação infantil, de 2 a 5 anos, os pais não conseguem impor limites. A culpa de ter não poder passar muito tempo com os filhos os impede de educar, de dizer não. Eles acabam compensando a ausência fazendo a vontade dos filhos. Como resultado, temos adolescentes revoltados e pais que não conseguem controlar seus filhos, principalmente com relação a estudos. E é na primeira infância que é possível moldar o comportamento das crianças.
Falta também frisar que é importante estudar?
Falta rotina, e essa é a segunda dificuldade. Para que a criança desenvolva o hábito do estudo, ela precisa ter uma rotina de atividades, e isso desde a primeira folha que ela leva para casa para fazer um desenho. A família precisa se incluir nessa rotina, que deve ser prazerosa. Se a primeira experiência que a criança tem com a atividade da escola for ruim, vai aprender que é chato estudar, terá dificuldade para se concentrar. É importante que os pais mediem esses primeiros contatos com o estudo, separando um local tranquilo para que as atividades sejam feitas.

Alguns pais reclamam de ter que fazer as atividades dos filhos pequenos...
Nessa fase da vida é muito importante que os pais participem das atividades, deem valor ao que é passado na escola. Não é para que façam tudo sozinhos. A criança deve participar, mesmo que o trabalho duro seja feito pelos pais. Se uma criança na educação infantil chega com a missão de pesquisar sobre a água, por exemplo, é mais vantajoso que a família insira essas reflexões na hora do banho e produza com a criança um desenho do que simplesmente ir até a internet e imprimir um calhamaço de informações. Se a criança participa e leva para a sala de aula suas experiências com a família, ela vai ter orgulho do trabalho e querer fazer aquilo. O papel do pai é orientar e não fazer para a criança, mas é imprescindível estar junto.

O incentivo dos pais é a fórmula para criar um bom estudante?

Pais são exemplos para os filhos em todas as atitudes. Uma criança só aprende a gostar de ler quando vê que aquilo faz parte da rotina da família, como uma atividade de lazer. Por isso é importante que os pais contem histórias para os filhos antes mesmo que eles aprendam a falar. Depois é preciso que a criança, a partir dos 6 anos, no ensino fundamental, tenha um tempo de estudo em casa. Para uma criança de 6 anos, 20 minutos por dia são suficientes. Mesmo que ela demore apenas dez minutos para fazer a lição, deve passar os outros dez lendo alguma coisa ou revendo o que foi passado na escola. Com isso, cria-se uma rotina de estudos.

O tempo vai aumentando gradativamente?
Sim. O tempo aumenta à medida que a criança cresce até chegar a uma hora na segunda fase do ensino fundamental, do 5º ao 9º ano. Esse deve ser o momento de rever as matérias, de tirar dúvidas, fazer exercícios. Assim não vai ser preciso ficar nervoso na véspera das provas. Essa hora de estudo tem que ser num horário tranquilo, que não prive a criança daquilo que ela gosta de fazer. O ideal é que seja combinado com a criança. É óbvio que os pais também devem participar num primeiro momento, mostrando o tempo no relógio. Aos poucos é preciso dar mais autonomia, checar a lição só depois de pronta ou deixar para o professor avaliar. Essa tática serve para outras atividades como o tempo para o computador, para a TV, que precisam ser combinados e cobrados num primeiro momento para depois virar rotina.

Não vale dar respostas...
Exato. Até porque o professor precisa saber que há aquela dificuldade para que ela não apareça só na hora da prova. Uma reclamação comum dos professores é que eles ensinam de uma maneira; e os pais, de outra. Se há uma dúvida, o ideal é a família escrever para o professor, dizer que houve dúvida, para que ele indique o melhor modo de resolver.
É preciso recompensar quando o filho vai bem na escola?
Quando a criança só estuda, é obrigação dela ir bem na escola. Se você já começa o ano chantageando, dizendo que se ela não passar de ano vai ficar sem a bicicleta nova, à medida que o tempo for passando, ela vai desdenhar, dizendo "eu nem queria mesmo", como se isso a desobrigasse do bom resultado. Desde cedo é preciso apontar a responsabilidade pelo estudo. Mostrar como o estudo influenciou a história da família, que o estudo é uma necessidade. E controlar a vida escolar do filho, que, em qualquer fase, precisa de orientação. Mesmo na adolescência é possível controlar, ainda que à distância, o desempenho do filho. Basta entrar em contato com a escola, acompanhar notas e comportamento.

Prestar atenção no filho pode fazer a diferença.
Os pais têm que observar os filhos. Um aparente desleixo com os estudos pode ser motivado por diversos fatores, como um problema de visão, de audição ou até uma questão emocional. Se os pais e a escola estiverem atentos, mais do que em rotular a criança como bagunceira ou desatenta, será possível contornar.



E se essa necessidade só for notada mais tarde?
Esse momento em que o pai se conscientiza sempre vem de uma frustração, sejam notas baixas seja reprovação. Quando esse momento chegar, os pais devem sentar com a criança e conversar - e aos 10, 11 anos, ela já tem discernimento para isso. É preciso mostrar que os pais querem ajudar a descobrir as dificuldades. Pode ser um problema com determinado professor, que deve ser contornado, ou até uma falta de identificação com a escola. É um momento de rever comportamentos, de introduzir o hábito do estudo, de incentivar a leitura.


A cobrança em excesso também pode ser prejudicial?
Observando com cuidado, é possível entender se a criança está se sentindo sobrecarregada. É importante conversar para saber como ela se sente e conscientizá-la sobre a necessidade de estudar. O filho tem que ter consciência de quanto custa a escola. Não se trata de desabafar sobre dificuldades financeiras, mas de mostrar que a escola é um investimento e requer sacrifícios da família toda.

Comparar também dificulta?
Em qualquer atividade, a comparação é desestimulante. E isso é uma prática comum dos pais. Em vez de criticar a bagunça do quarto, melhor é elogiar quando ele fica limpo. Os pais têm que aprender a trabalhar com o incentivo e não com o desmerecimento.

Vale a pena lotar a agenda das crianças?
A infância hoje dura muito pouco. E é importante que esse seja um momento bem vivido. A gente tem apenas nove anos para viver a infância e mais de 70 para ser adulto e ter que se preocupar. Uma atividade extra durante a semana não cria problemas, mas na maioria das vezes há excessos. É melhor deixar a agenda cheia para a adolescência, até para que as atividades tenham a ver com o gosto pessoal.


E, se a criança não aprende, é melhor repetir o ano?
É bem mais válido reter a criança do que deixar ela passar de ano sem saber conteúdos básicos. Se for passando de ano sem conhecimento, depois não vai conseguir passar no vestibular, nem conseguir emprego. Aí já vai ser tarde. A primeira coisa a ser feita quando as notas não estão boas é procurar a escola. Quando a nota está baixa, há desarmonia, seja na família ou na escola. Uma conversa franca com o professor malvisto, mais apoio dos pais, psicólogos ou até uma mudança de escola podem resolver a questão. Os pais devem entrar sempre em contato com a escola, conhecer os professores. Não se trata de saber o conteúdo, mas de tentar conhecer as características da faixa etária. É preciso parar e observar seus filhos, perceber os momentos em que, às vezes, eles chegam chateados da escola, e a gente nem percebe. Manter um diálogo e ouvir os filhos também ajudam bastante.

"Para que a criança desenvolva o hábito do estudo, precisa ter uma rotina de atividades desde a primeira folha que ela leva para casa"

"Pais são exemplos para os filhos. Uma criança só aprende a gostar de ler quando vê que aquilo faz parte da rotina da família como lazer"

"Quando a nota está baixa, há desarmonia, seja na família ou na escola. Os pais devem entrar sempre em contato com a escola"

Para ser um pai nota 10

Saiba como ajudar seu filho a ir bem na escola

Cantinho do estudo
Reserve um local tranquilo da casa para que ele faça suas atividades (desenhos, recortes e colagens) longe da televisão e da comida. Assim ele vai aprendendo a se concentrar


Era uma vez...
Dê livros e conte histórias desde pequenininho. Escolha materiais e assuntos próprios para cada fase

Mais que livros
Faça atividades culturais com seu filho. Visitas a museus e parques podem ser ótimos temas para uma conversa depois

Todo dia...
Faça uma rotina de estudo desde o início da educação infantil. Reserve um tempinho todo dia para atividades da escola, leitura ou jogos educativos

Plano do ano
Converse com a orientadora e com os professores de seu filho. Saiba o que vai ser abordado ao longo do ano e o que esperar dele em termos de desenvolvimento ao longo do ano

Tem que brincar
Deixe a agenda livre para seu filho brincar. Aproveite os finais de semana e leve os amiguinhos dele para brincar em casa

Papo cabeça
Em caso de notas baixas, converse com a escola para achar os motivos. Algumas alterações podem resolver, ou pode ser que seu filho precise de uma escola com disciplina mais rígida

SOS dever
Ajude no dever de casa, mas não dê as respostas. E cuidado também com as explicações, pode ser que elas sejam diferentes das do professor e acabem confundindo ainda mais seu filho

Sem comparação
Não faça comparações com irmãos, colegas ou outras crianças. Cada um tem um ritmo de desenvolvimento. Incentive pelo elogio e não pela crítica





Leia trecho do livro "Orientando Pais, Educando Filhos", de Débora Corigliano


Crianças precisam conviver com crianças

Todos nós gostamos de conviver com nossos semelhantes. Se formos adeptos a praticar esportes, normalmente seremos atraídos por pessoas com a mesma preferência, se pendemos para o lado literário e gostamos de ler, queremos ter ao nosso redor pessoas com o mesmo hábito para trocar idéias e contar o que lemos.
Sempre foi assim, nos sentimos melhores e aprendemos muito com nossos pares. As crianças não são diferentes. Mesmo titubeando ao andar e usando pouco a expressão verbal a criança também sente necessidade de conviver com seus pares, isto é, com outras crianças que possuem o mesmo interesse. O ideal é crianças brincarem com crianças da mesma faixa etária.
Às vezes converso com mães que relatam ficar horas brincando com seus filhos e nesse momento se tornam crianças, o que é muito saudável e importante para o desenvolvimento da mesma.
Porém, a necessidade continua, a criança precisa ter esse exercício social. Relacionando-se com outra criança ela amadurecerá, aumentará seu vocabulário, buscará estratégias para lidar com situações novas e seu desenvolvimento social, emocional e cognitivo serão altamente estimulados. Sem contar que o aprendizado durante sua infância será carregado pelo resto da vida.
Outro dia li um e-mail que fazia um paralelo entre o jardim da infância e a vida profissional e emocional do ser humano e conclui que se resolvêssemos as coisas com a praticidade de uma criança a vida seria mais leve.
Pensando neste texto, resolvi traçar alguns paralelos sobre as ações das crianças frente às situações do dia - a - dia, comparando-as com atitudes de um adulto e suas conseqüências.
Se uma criança quer o brinquedo da outra, ela automaticamente vai buscar estratégias mentais para alcançar o que quer. Quando adulto, se eu quero algo tenho que planejar como consegui-lo e vou em busca de experiências adquiridas para elaborar estratégias e planejar como alcançar meu objetivo. Isso pode acontecer de muitas maneiras:
A criança pode ficar apenas olhando o brinquedo do amigo e sentindo muita vontade de brincar com ele, manuseá-lo e imaginar o prazer da conquista. Se ela não for estimulada por um adulto a dar o primeiro passo, e ir em busca de seu objetivo, vai passar a vida olhando o que quer, e quando se tornar um adulto não saberá tomar decisões e nunca tomará iniciativa para alcançar seus objetivos.
A criança pode simplesmente arrancar o brinquedo da mão do amigo e sair correndo. Nesse caso também, a interferência do adulto é salutar. Ele conversará com a criança e orientará para que ela peça as coisas aos outros e não simplesmente arranque da mão dos amigos. Se ela conseguir alcançar seus objetivos desta forma, desde pequena, quando adulto fará o mesmo.
Outro modo que a criança tem para conseguir seu brinquedo é bater, morder ou empurrar o amigo que o possui, pois dessa forma o amigo se sentirá intimidado entregando-lhe o brinquedo. Neste caso, cabe ao adulto orientar a criança que dessa forma o amigo não emprestará o brinquedo e que o mais certo, é pedi-lo. Porém, se essa criança faz uso da força para conseguir o que quer, quando adulto sofrerá muito, pois sempre encontrará alguém mais forte e poderá sofrer conseqüências.
A criança também pode optar pela troca, você me empresta seu brinquedo e eu faço o mesmo. Desse jeito, ela perceberá que o mesmo cuidado que ela deve ter com o brinquedo do amigo, ele deverá ter com o dela. Quando adulto respeitará mais o que é do outro, sabendo negociar com mais facilidade seus desejos e conquistas.
Essas situações não ocorreriam se um pai brincasse com seu filho, pois nenhum adulto irá disputar um brinquedo com uma criança, ou agirá de forma impulsiva nessa relação. Já a criança age muito de forma impulsiva, o que é saudável, pois aguça sua inteligência e a faz mais criativa, pensante e ativa dentro de um contexto social.
O melhor lugar para que a criança exerça seu papel é a escola. Lá as crianças são agrupadas por faixa etária e os interesses são semelhantes, as brincadeiras são adequadas e os estímulos constantes.
A vivencia e o brincar, são fontes inesgotáveis de possibilidades de crescimento.
Por isso, deixe seu filho conviver mais com crianças, trocar experiências e se arriscar mais. Com certeza ele será um adulto melhor e saberá lidar com as diferentes situações do dia - a - dia.
Relato agora um caso verídico sobre este tema:

"Bom dia, Debora". Tenho um filho de 1 ano. Estou com uma dúvida, vê se pode me ajudar.
Eu e meu esposo somos autônomos, assim temos alguns per íodos para estar em casa. Minha sogra que fica com ele nos intervalos que precisamos sair para trabalhar. Ela mora na mesma rua, então ela vai à minha casa ficar com ele, quando chegamos volta para a dela. Ela é mais que excelente pra ele, tenho que reconhecer. Mas estou percebendo que meu filho está manhoso, mimado, birrento, chora a toa, principalmente quando está perto dela. Ele levanta a mão para bater na gente e para comer é um festival. Vou ser sincera eu já bati nele até de chinelo, pois não suporto criança malcriada. Ele convive o ano inteiro, só com os pais, e com ela. Meu marido é filho único, e eu tenho 3 irmãos e 2 sobrinhas, moramos todos na mesma rua, mas devido à correria e a falta de tempo nos vemos mais nos domingos. Minhas sobrinhas vão para escola, então resumindo ele não tem contato com crianças. Quando falo de colocá-lo numa escolinha sou "apedrejada", pois na verdade ele não precisaria mesmo, mas lendo sua reportagem, percebo que meu filho necessita de outras crianças. Não quero que ele seja egoísta, porque o pai infelizmente é, e minha sogra também. Quero que ele aprenda a respeitar e dividir. Ajude-me, o que faço? Ele é muito novo para a escola? Qual a idade certa?Quanto tempo ele deveria ficar por dia em uma escola?...Espero ansiosa sua resposta.

"Um forte abraço."



Vejo dois caminhos... o primeiro independente de escola, seu filho precisa de limite e regras claras. A educação que é dada por você deverá ser a mesma feita pelo pai e pela avó.
Segundo ponto, a escola: Percebo que existe sim, uma necessidade de convívio com crianças, isso só beneficiará seu filho e a qualidade do tempo que vocês passarão juntos também será melhor. Eu recomendo que ele fique na escola meio período, normalmente são períodos de 4 horas. Deixem o pai e a avó participarem da escolha da escola, assim eles perceberão a importância da mesma na vida de seu filho.
Converse com eles (pai e avó) e diga que os tempos mudaram, dê um texto para eles lerem, converse também com pais que já levam seus filhos para a escola. Espero que você consiga convencê-los.

Um abraço.