domingo, 24 de março de 2013

Você sabe ler?



Com certeza ao ler esta pergunta você pensou... É  claro, se não  como estaria respondendo.
Mas esta pergunta vai além da decodificação das letras.  Qualquer pessoa alfabetizada consegue ler, mas nem todas as pessoas alfabetizadas conseguem entender o que lêem.
Em função do meu trabalho como psicopedagoga, encontro-me frequentemente com coordenadoras de escolas do ensino fundamental 1 e 2 e também do ensino médio, a queixa unânime é a falta de interpretação de texto , que estes jovens apresentam. 
Uma coordenadora de um excelente colégio de Campinas,  me reportou que seus alunos estão com sérias dificuldades de interpretação de textos e acabam sendo prejudicados em quase todas as matérias. Ela alega esta defasagem,  ao fato de que os jovens estão acostumados com tudo muito rápido e objetivo , devido às redes sociais e que quando um texto é mais elaborado não há concentração para leitura completa e uma interpretação significativa  . Eu completo a fala desta coordenadora afirmando que não só os jovens, mas muitos adultos também acabaram se acomodando e quando um texto , seja ele de um livro ou um site, pede do leitor uma interpretação ou mesmo uma atenção mais apurada a situação se complica.
Vamos entender primeiro o significado da interpretação de texto, ou melhor, dizendo , da compreensão de um enunciado que nada mais é do que o processo de transformação do conteúdo da fala percebida em seu significado. Para que isso aconteça o receptor, pessoa que lê ou ouve a mensagem, deverá ser alfabetizado e também letrado.
Quando eu era pequena , sempre que minha mãe se referia a alguém “letrado” citava uma pessoa estudada , que falava e escrevia muito bem. Hoje não é diferente.Dentro do estudo da Psicolinguística  encontramos   a definição de alfabetização e também do letramento, que reproduzo a seguir:
Alfabetização: Ação que torna o sujeito capaz de ler / escrever  letras e decifrar o código da escrita.(Godoy e Senna, 2011)
Letramento: Busca promover, por meio de práticas de escrita, uma relação intrapessoal com todo um domínio cultural a ser representado como conceito para o indivíduo. ( Godoy e Senna,2011)
O letramento antecede, acompanha e ultrapassa o movimento da alfabetização. Alfabetizar e letrar são duas ações distintas, mas não inseparáveis , ao contrário: o ideal seria alfabetizar letrando ou seja  :ensinar a ler e escrever no contexto das práticas sociais da leitura e da escrita,de modo que o individuo se tornasse , ao mesmo tempo, alfabetizado e letrado ( Soares, 1998, p.47)
É esta a motivação que temos que transmitir aos nossos filhos , ler e compreender, interpretar e identificar o significado de uma leitura é uma ação mágica, pois abre um mundo repleto de possibilidades!
Eu me preocupo quando, em meu consultório, atendo jovens que afirmam não gostar de ler e que quando são obrigados, procuram um livro com poucas páginas e letras grandes.  Neste momento me pergunto: Jovens assim terão qual futuro profissional? Qual futuro cultural? Qual atitude social?
Conheci há pouco tempo um vídeo sobre uma menina que odiava livros. Ele mostra,  de uma forma divertida,   como o universo da leitura pode mudar a vida das pessoas. Vale conferir deixo aqui o link:  http://www.youtube.com/watch?v=geQl2cZxR7Q (A MENINA QUE ODIAVA LIVROS)

Ler é muito mais que decodificar palavras, é aprender, descobrir coisas e lugares que nem sequer imaginaríamos existir. 
Deixo aqui um apelo aos pais....  Incentive seu filho a ler, comece por pequenos textos ou livros do interesse de seu filho, promova momentos de leitura em sua casa. Dê livros de presente, leve seu filho a livrarias e se você não tiver condições financeiras para adquirir livros novos, visite os “sebos” .
 Pessoas que lêem mais, são mais legais! (Retirado do site  super abril.com.br)
Pesquisadores da Universidade de Washington e Lee (EUA) constataram esse efeito com um teste bem simples: colocaram voluntários para ler uma história bem curtinha, fizeram algumas perguntas para identificar o quanto cada um tinha curtido o que leu e aí derrubaram, sem querer querendo, um monte de canetas no chão. O estudo conta que, quanto mais “transportadas” para dentro da história as pessoas tinham sido, maiores eram as chances de levantarem o bumbum da cadeira para ajudar a recolher as canetas.
A explicação é que quando lemos algo que realmente mexe com a gente, criamos empatia pelos personagens da história — e quanto maior essa empatia, mais propenso a gente fica a ser bacana com os outros na vida real. E você aí, anda lendo muito?

 Abra um livro, leia.... Abra um mundo de possibilidades,  aprenda...e viva mais feliz!!!!

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