Luciana era uma jovem mãe de duas meninas: Alice com 7 anos
e Natália com 12 anos. Como muitas mães atuais, Luciana trabalha fora o dia inteiro,
divide algumas obrigações domésticas com seu marido Eduardo que também trabalha
muito e quase sempre até tarde da noite.
Ambos, Luciana e Eduardo sonharam em ter uma família
perfeita, filhos lindos e educados, casa linda e sempre arrumada, os dois
dispostos e saudáveis, freqüentando academias, fazendo cursos periodicamente para
se aperfeiçoarem profissionalmente e felizes para sempre. Mas a doce realidade não é assim.
As filhas brigam muito, pois são diferentes. Alice é uma
menina calma, doce, organizada e vai muito bem na escola, já a Natália é uma
adolescente desorganizada, agitada, falante, questionadora e não tem tirado
notas boas. Quando pai e mãe se referem a elas, fica nítida a diferença que
fazem entre as duas. Sempre reforçam que Alice é ótima em tudo e que Natália é
imperfeita em quase tudo.Ambas cresceram ouvindo e vivendo estes comentários
feitos pelos pais.
Normalmente as brigas que o casal vivencia, giram em torno
dos perfis diferentes das filhas. Pois cobram muito de uma, cedem muito para
outra e a confusão vira discussão que gera uma desarmonia familiar. Luciana e Eduardo se vêem muitas vezes
frustrados por não conseguirem viver o ideal que traçaram da família perfeita.
Mas vamos falar um pouco das filhas... Alguns anos se
passaram!
Alice hoje com 14 anos, adquiriu muitos medos e é insegura.
Manter-se no perfil traçado e reforçado pelos pais a fez adquirir alguns medos,
pois jamais iria decepcioná-los. Preferiu sempre optar pelo que já sabia e se
sentia segura, com isso privou-se de se arriscar, de participar de algumas
oportunidades, de se relacionar com novos amigos, pois se algo desse errado os
pais não a veriam mais como a certinha, a educada ou a perfeitinha.
Já a Natália, cresceu ouvindo que era a bagunceira... nunca
tentou mudar, ou melhor tentou muitas vezes,mas ninguém percebeu pois sua fama era maior que qualquer tentativa em
demonstrar algo que podia fazer perfeitamente. Com isso, ela tentou mostrar para outras pessoas que
poderia ser boa. No grupo de amigos ela era a mais atirada, falante e saia com
muitos rapazes,tendo a fama de “piriguete” da escola. Nos estudos era bem esperta, pois como se
sentia sempre a má aluna,buscou alternativas para suprir isso,colando sempre
nas provas, comprando trabalhos de outros alunos e sempre dando um “jeitinho”
para conseguir o que queria . Caso alguém descobrisse as falcatruas a resposta
era sempre a mesma: - Eu sou assim mesmo,não tenho mais jeito! Pois foi isso
que ouviu a infância inteira.
Pois bem caro leitor, colocar rótulos em nossos filhos pode
ser muito perigoso.Tanto os rótulos positivos como os negativos. Devemos observar nossos filhos e ajudá-los ,
com parâmetros reais, pois um quarto desarrumado não significa que ele será
eternamente um bagunceiro. Pense nisso!!!
Um comentário:
Concordo plenamente. E nem sempre um quarto bagunçado evidencia desorganização na vida. Há pessoas que apesar da "estrutura físicoambiental" não ser organizada, elas também possuem projetos e conseguem realizá-los.
É importante que estejamos sempre atentos e dispostos a ajudar nossos filhos; elogios na hora certa fazem muito bem.
Postagem interessante!
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