sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Um rótulo para uma vida inteira !


Luciana era uma jovem mãe de duas meninas: Alice com 7 anos e Natália com 12 anos. Como muitas mães atuais, Luciana trabalha fora o dia inteiro, divide algumas obrigações domésticas com seu marido Eduardo que também trabalha muito e quase sempre até tarde da noite.
Ambos, Luciana e Eduardo sonharam em ter uma família perfeita, filhos lindos e educados, casa linda e sempre arrumada, os dois dispostos e saudáveis, freqüentando academias, fazendo cursos periodicamente para se aperfeiçoarem profissionalmente e felizes para sempre.  Mas a doce realidade não é assim.
As filhas brigam muito, pois são diferentes. Alice é uma menina calma, doce, organizada e vai muito bem na escola, já a Natália é uma adolescente desorganizada, agitada, falante, questionadora e não tem tirado notas boas. Quando pai e mãe se referem a elas, fica nítida a diferença que fazem entre as duas. Sempre reforçam que Alice é ótima em tudo e que Natália é imperfeita em quase tudo.Ambas cresceram ouvindo e vivendo estes comentários feitos pelos pais.
Normalmente as brigas que o casal vivencia, giram em torno dos perfis diferentes das filhas. Pois cobram muito de uma, cedem muito para outra e a confusão vira discussão que gera uma desarmonia familiar.  Luciana e Eduardo se vêem muitas vezes frustrados por não conseguirem viver o ideal que traçaram da família perfeita.  
Mas vamos falar um pouco das filhas... Alguns anos se passaram!
Alice hoje com 14 anos, adquiriu muitos medos e é insegura. Manter-se no perfil traçado e reforçado pelos pais a fez adquirir alguns medos, pois jamais iria decepcioná-los. Preferiu sempre optar pelo que já sabia e se sentia segura, com isso privou-se de se arriscar, de participar de algumas oportunidades, de se relacionar com novos amigos, pois se algo desse errado os pais não a veriam mais como a certinha, a educada ou a perfeitinha.
Já a Natália, cresceu ouvindo que era a bagunceira... nunca tentou mudar, ou melhor tentou muitas vezes,mas ninguém percebeu pois  sua fama era maior que qualquer tentativa em demonstrar algo que podia fazer perfeitamente. Com isso,  ela tentou mostrar para outras pessoas que poderia ser boa. No grupo de amigos ela era a mais atirada, falante e saia com muitos rapazes,tendo a fama de “piriguete” da escola.  Nos estudos era bem esperta, pois como se sentia sempre a má aluna,buscou alternativas para suprir isso,colando sempre nas provas, comprando trabalhos de outros alunos e sempre dando um “jeitinho” para conseguir o que queria . Caso alguém descobrisse as falcatruas a resposta era sempre a mesma: - Eu sou assim mesmo,não tenho mais jeito! Pois foi isso que ouviu a infância inteira.

Pois bem caro leitor, colocar rótulos em nossos filhos pode ser muito perigoso.Tanto os rótulos positivos como os negativos.  Devemos observar nossos filhos e ajudá-los , com parâmetros reais, pois um quarto desarrumado não significa que ele será eternamente um bagunceiro. Pense nisso!!!

Um comentário:

Léa Paraense Serra disse...

Concordo plenamente. E nem sempre um quarto bagunçado evidencia desorganização na vida. Há pessoas que apesar da "estrutura físicoambiental" não ser organizada, elas também possuem projetos e conseguem realizá-los.

É importante que estejamos sempre atentos e dispostos a ajudar nossos filhos; elogios na hora certa fazem muito bem.

Postagem interessante!