Quando fazemos profissionalmente o que gostamos, acabamos por ser uma só pessoa, pois estamos diretamente ligados a nossa profissão. Um arquiteto quando entra pela porta de frente da casa de um amigo, repara na sua estrutura, na distribuição dos cômodos, no aproveitamento do espaço, etc. Uma dermatologista observa atentamente a pele das pessoas com a qual ela se relaciona socialmente. Outro dia estava conversando com uma amiga que é fonoaudióloga e ela comentou comigo que acontece o mesmo com ela. Ela disse que quando conversa com as pessoas, observa às vezes até sem querer a pronuncia de cada um. Comigo não é diferente. Quando estou em alguma situação social com crianças, fico automaticamente observando-as e traçando paralelos à educação que recebem. Sei detectar crianças que frequentam escolas, crianças que são criadas por avós, só de observá-las em uma festa infantil. Às vezes faço isso automaticamente, às vezes faço isso propositadamente, aproveito o evento e o transformo em um laboratório de pesquisas e observações. E, como sempre... Aprendo muito com as crianças e geralmente me decepciono muito com seus pais. Sinto que as crianças estão evoluindo rapidamente em contra partida seus pais estão mais ansiosos, imaturos e medrosos. Muitas vezes vejo cenas em que um filho de 2 anos tem total autoridade e domínio perante seus pais (dois adultos com mais de 30 anos).
Sinto que os pais precisam de ajuda.... sinto que seus filhos precisam de pais mais próximos e mais seguros. Que árdua e prazerosa batalha.
Esse é meu trabalho. Faço isso com muito prazer. Adoro “ ler” as pessoas, adoro observar e entrar no mundo das crianças. Sinto muito prazer em conversar com uma criança, motivando-a a contar suas preciosas histórias, suas brincadeiras e sua vida.
Sou assim...
