sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Educação inclusiva

Se pesquisarmos sobre educação inclusiva, encontraremos muitas teorias defendendo a participação ativa da criança dentro do ensino regular. Em uma das pesquisas que fiz encontrei uma que define de forma objetiva este tema: "A Educação Inclusiva implica um processo contínuo de melhoria da escola, com o fim de utilizar todos os recursos disponíveis, especialmente os recursos humanos, para promover a participação e a aprendizagem de todos os alunos, no seio de uma comunidade local.A Declaração de Salamanca sustenta que as escolas regulares com uma orientação inclusiva são o meio mais eficaz de combater atitudes discriminatórias, de criar comunidades acolhedoras, de edificar uma sociedade inclusiva e de conseguir educação para todos. Além disso, proporcionam uma educação adequada à maioria das crianças e promovem a eficiência, numa ótima relação custo-qualidade, de todo o sistema educativo."Ainscow, Mel. (1999)
Quando lecionava em uma escola particular, havia, naquela época uma classe de alunos especiais. Todas as crianças da escola os tratavam de modo diferente, alguns zombavam, outros ajudavam, outros simplesmente ignoravam. Até a professora da turma era citada como “alguém especial”, pois tinha muita paciência com “aqueles alunos”, aplicava práticas pedagógicas diferenciadas, saía cantando ou fazendo algo totalmente fora do tradicional com os alunos. Hoje percebo que ela era a que mais se divertia com seu pequeno grupo. Porém, por muitas vezes a escola passou por situações delicadas com o preconceito e a discriminação que existe na sociedade.
Quando falamos em educação inclusiva , pensamos diretamente no papel do professor. É ele que enfrenta as dificuldades no dia-a-dia , precisando controlar uma classe com muitas crianças, ativas e questionadoras, precisando dar a mesma qualidade de ensino para um aluno com menos compreensão, porém com total direito a participar de tudo o que a escola tem para oferecer.
Muitas escolas nomeiam-se inclusivas , porém em sua prática diária , nada sabem ou nada mudam para receber esse aluno. A escola regular precisa, para ser inclusiva, mudar alguns papéis. Deve-se trabalhar com a equipe de professores, coordenadores e pais propiciando uma troca e uma especialização para que juntos, integrem este aluno e sua família ao contexto escolar. O professor precisa buscar novas estratégias, baseando-se em pesquisas e no suporte técnico oferecido pela unidade escolar, pois além das mudanças na rotina e na proposta pedagógica, a escola deve oferecer o mínimo de condições físicas para receber este aluno.
Se por ventura o aluno especial contar com o atendimento da escola regular e também receber apoio de profissionais especializados, a integração entre as equipes deverá acontecer rapidamente: quando todos falarem a mesma língua e objetivarem o crescimento e o desenvolvimento do aluno no processo de inclusão, todas as partes sairão ganhando.
Também é comum observar o professor que recebe em sua classe diversos alunos em diferentes níveis de aprendizado, alguns com necessidades especiais, outros com dificuldades no processo de aprendizagem. Conciliar uma turma tão heterogênea é uma arte, para a qual o professor precisa do suporte da escola.
Sempre escrevo em meus artigos para o professor olhar com atenção para seus alunos. Agora meu apelo é para os diretores de escola olharem com atenção para seus professores que criam, ampliam e renovam a cada dia a forma de lidar e desenvolver os conteúdos com seus alunos. O aluno precisa do professor assim como o professor precisa do apoio da direção e coordenação, para enfrentar com sucesso as dificuldades da educação brasileira. Com dedicação e apoio por parte do professor, o aluno que precisa da escola como elo entre a sua necessidade e a busca pela aceitação social terá nesta ação um foco para seu desenvolvimento.

No Brasil existe um programa de inclusão que garante o acesso de todas as crianças e adolescentes com necessidades educacionais especiais ao sistema regular educacional público. Estas leis regularizam a educação de inclusão:
 Constituição Federal de 1988 - Educação Especial
 Lei nº 9394/96 – LDBN - Educação Especial
 Lei nº 8069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente - Educação Especial
 Lei nº 10.436/02 – Libras
Bibliografia:
Titulo: Caminhos pedagógicos da inclusão
Autor: Maria Teresa Egler Mantoan
Editora: Memnon

Titulo: Inclusão: um guia para educadores
Autor: Susan Stainback
Editora: Artes Médicas

Titulo: Removendo barreiras para a aprendizagem: educação inclusiva
Autor: Rosita Edler Carvalho
Editora: Mediação

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